Uma lágrima pingou em minhas mãos
mas eu não a podia compreender.
Perguntei para a lágrima solitária
que motivos ela tinha para verter.
A lágrima porém, de pronto não me respondia
acanhada como só ela, silenciou-se.
Eu sabia que não adiantaria a ameaça vazia
portanto apenas me coloquei a admirar.
A lágrima aos poucos me disse
e me fez entender o motivo do pranto.
Não havia tristeza em sua viagem
apenas uma reflexão sábia do coração.
A lágrima chorou em minhas mãos
fez-me ver que sentia-se sozinha.
Fez-me ver que não era sem motivos
que o coração falava através dos olhos.
A lágrima me contou seus segredos
os segredos que eu não queria escutar
os segredos que o coração sussurrava sem parar
mas também sem ser escutado.
A lágrima, então, me fez chorar
Fez-me verter o pranto da consciência
Fez-me ver que não sou feito de pedra
e que, mesmo assustado, eu precisava dela.
A lágrima me abriu os olhos
e me contou meus segredos mais secretos
aqueles que eu tentei esconder no peito
mas que, sorrateiros, eles me machucavam.
A lágrima que me fez despertar não era minha
tua lágrima falou mais do que as palavras
Não tocou meus ouvidos, tocou minh´alma.
E me fez compreender mais sobre mim.