Tuesday, October 17, 2006

A Estrada Escura

"Aonde estão, ó mais verdes campos?
Aonde estão, ó mais flores belas?
Aonde se escondem os belos encantos?
As cores da vida, e a vida da Terra.

Meus versos não mais são os mesmos
sem o adorno da emoção maior.
Parece que falo palavras a esmo,
não mais apresento o que há de melhor.

Talvez eu devesse esquecer as rimas,
talvez eu devesse esquecer os poemas.
Esperar o amor com suas graças divinas,
ofuscar minha visão, e esconder meus problemas.

Parece que a vida já não é colorida,
parece que é um caminho assim:
Uma estrada escura, uma rota temida.
Um longo caminho, que segue sem fim.

A estrada sombria que inspira terror
faz notar a sinistra presença do mal.
A estrada da vida, sem brilho e sem cor
faz notar tanto a falta, do amor afinal."

Saturday, September 02, 2006

Sonhos

"Suponho serem os sonhos os reflexos dos desejos,
Portanto, façamos a nossa parte,
Para transformar o mundo em um lugar de sonhos,
E os sonhos em realidades do mundo.

Eu penso que devemos ter sonhos na vida,
Mas não viver em um sonho.
Eu já não tenho mais discernimento de meus sonhos e desejos.
Espero não estar vivendo em um sonho...
Mas não abandono os sonhos que estou vivendo."

Friday, July 28, 2006

Mar Noturno

Noturno mar tão belo
que se confunde ao negro véu celeste
tens a beleza infinita da noite
refletidas nas águas da praia serena.

Ó mar, tuas ondas noturnas bravias
que espumam o límpido prateado estelar
são apenas a manifestação de teu desejo
de acariciar-nos com tuas águas mornas.

Sombrio mar da noite mais bela
tens o ornamento de uma coroa estrelada
que ilumina as praias desertas
alisadas pelas ondas distantes.

E no êxtase de tuas carícias tranquilas
admiram-se os amores imersos em tuas águas
testemunhas de um céu resplandecente
e de um mar noturno inesquecível.

Monday, July 03, 2006

Narciso

"O sol se punha no Olimpo, Narciso estava finalmente no cume da grande montanha sagrada, apreciava o belíssimo pôr do sol observando o reflexo dourado nas águas calmas nas dezenas de poças d´água que refulgiam ao chão como diamantes celestes. Ele se glorificava pela recente conquista, apreciando cada momento daqueles minutos triunfais. Ao olhar para uma poça próxima viu seu próprio reflexo na água. De baixo para cima, pensou ter se visto elevar-se até os céus, e aprovando a visão falou para a imagem:

_ Sabeis que és o maior entre os maiores Reflexo? O mais belo entre os belos, o mais sábio entre os sábios e o mais feliz entre os deuses?

A imagem nada o respondeu, fitando-o apenas com um ar de superioridade que não o agradou muito. A imagem encontrava-se à seus pés, e mesmo assim tratava-o com desdém e arrogância mesmo frente a seus mais sinceros elogios.

_ És ingrato reflexo, nem mesmo podeis agradecer ou demonstrar alguma consideração por meus sinceros elogios e gratificações? Estás a meu pé, e elevo-me acima de ti, acima do Olimpo, além do próprio Zeus, como ousas desafiar-me com tamanha arrogância?

A imagem novamente nada respondeu, fitava-o com um ar de raiva, e o olhar arrogante tirava-lhe a paciência. Então Narciso percebeu que assim como a imagem estava a seus pés, também ele o estava aos pés da imagem. Ela olhava para baixo para poder fitá-lo e isso o enfureceu.

_ Não és mais nada além de uma sombra minha reflexo, não podeis fitar-me com tanta arrogância, sem mim tu não existirias, não poderias nem mesmo sorrir ou subir ao cume do Olimpo, mostrarei-te teu lugar ser repugnante.

Narciso então pisou com toda sua força na poça d´água, ela se agitou e o reflexo sumiu por alguns segundos, o Brilho dourado do sol jah havia se ido e narciso percebeu que perdera a cena mais bela que poderia presenciar em mil anos, tomado pelo remorso tornou a olhar para a poça que se encontrava a seus pés, e viu novamente um reflexo, agora turvo, feio e de formado, sem o brilho dourado do poente solar.

Guiado pela luz das estrelas e por Zeus ele então desceu do cume do Olimpo, e por sua própria vontade passou o resto de seus dias sem voltar até lá e apreciar o espetáculo mais belo que Deuses e mortais poderiam presenciar, apenas para nunca mais encarar o reflexo deturpado que se identificou tão bem com ele."

Leandro Flores

Wednesday, May 31, 2006

Consciência

"O que foi minha querida?
Por que está tão acanhada?
O que foi que nesta vida
fez ficar-te tão calada?

A amargura deste mundo
essa raiva e ignorância.
Este vale tão imundo
que destrói minha esperança.

Como posso eu viver
num lugar de tanto mal?
Eu só posso aqui prever
sofrimento ao final.

Eu só vejo sofrimento,
guerra e fome tão profunda.
Vejo em todo pensamento
uma moral demais imunda.

Também vejo traições
tanta perda e tristeza.
Machucados corações
hoje cheios de avareza.

Vejo tantas privações
sem motivo, sem certeza.
Vejo tantas emoções
tão maldosas, sem beleza.

Vejo inveja, ambições
e terrores sem medidas.
Vejo tantas ilusões,
vejo vidas tão perdidas.

Vejo ainda um rancor
do amigo, do irmão.
Sinto falta do amor
pois só vejo solidão.

Tenho pena da criança
que neste vale então nascer.
Nesta terra de vingança
o que irá ela aprender?

Novamente eu pergunto
como posso eu viver?
neste vale tão profundo
nenhum bem eu posso ver.

Eu arrasto minha vida,
sempre cheia de pesar,
por enquanto eu tento ainda
para frente caminhar.

Devo eu ter paciência?
ou devo, então, logo morrer?
O meu nome é consciência
e não quero mais viver!"

Tuesday, April 18, 2006

Batalha

"Amigo meu, que diz-me não mais amá-la.
A tí próprio enganas somente.
Percebas, meu amigo, que ainda segue a batalha...
A eterna batalha do amor com a mente.

Eu não sinto prazer em negar meu amor.
O contrário, admito, é o que há em meu peito.
E para curar essa angústia que me traz tanta dor
esquece-la, acredito, ser o único jeito.

Esquecê-la não é, das escolhas, exclusiva...
pois te esqueces, amigo, a segunda opção.
Se desistires, somente, será a batalha perdida
e para vencer, tempo ainda, tem o seu coração.

É tão dura a batalha que segue sem fim
que deflagra-se em mente, e em meu coração.
mas quem vence, afinal, é o medo em mim
de sofrer como um tolo, amando em vão.

Pergunto-te então, meu amigo leal
que motivo melhor então, há para sofrer?
Não concordas comigo que é o amor afinal
o melhor dos motivos que há para viver?"

Wednesday, March 22, 2006

Navegante

"Entre ventos e entre sombras
sobre os mares tão bravios.
Me ameaçam com suas ondas
mas eu sigo em meu navio.

Continuo a navegar
meu destino é o horizonte
sempre vou te procurar
não importa o quão distante.

Minha busca é por riquezas
sou herói? Talvez vilão.
O que busco é tua beleza
e também teu coração.

Sou pirata destes mares
onde navegam corações.
Eu enfrento a todos males
deste mar de emoções.

Desafio, eu, a tormenta
e aproveito a calmaria
pois minh'alma tão sedenta
se não por tí, jamais seria.

Sim, tu és meu grande vício
que me compele a navegar.
Só eu sei como é difícil
desistir de, à ti, amar."

Friday, March 10, 2006

Entardecer

"Hoje olho ao horizonte,
buscando a juventude perdida,
hoje vejo o quão distante,
já se foi a minha vida...

Então penso na juventude,
de tão longas e belas canções,
mas alcancei minha plenitude,
só após muitos verões.

Hoje minha voz não se serve da beleza,
se serve da sabedoria...
Hoje minhas idéias não são de avareza,
elas são só de alegria."

Tuesday, March 07, 2006

Memórias Flamejantes

"Memórias flamejantes, cujas chamas ardentes
não podem ser apagadas senão por lágrimas
que atormentam com imagens incandescentes
e ascendem incinerando as vagantes almas.

E se as memórias que ao coração inflama
trouxerem pesares e mágoas passadas
de nada adiantará o sentimento que engana
o coração com suas promessas vagas.

São memórias que queimam as almas severas
alimentadas pelo combustível vital
o amor que alimenta estas chamas tão belas
destrói toda vida e cultiva o mal."